quinta-feira, 18 de agosto de 2005

Leiam palavras de um semi-deus...


GRAMÁTICA
LUIZ TATIT

O substantivo é o substituto do conteúdo
O adjetivo é a nossa impressão sobre quase tudo
O diminutivo é o que aperta o mundo e deixa miúdo
O imperativo é que aperta os outros e deixa mudo

Um homem de letras dizendo idéias sempre se inflama
Um homem de idéias nem usa letras faz ideograma
Se altera as letras, esconde o nome, faz anagrama
Mas se mostra o nome com poucas letras é um telegrama

Nosso verbo ser é uma identidade mas sem projeto
E se temos verbo com objeto é bem mais direto
No entanto falta ter um sujeito pra ter afeto
Mas se é um sujeito que se sujeita ainda é objeto

Todo barbarismo é o português que se repeliu
Um neologismo é uma palavra que não se ouviu
Já o idiotismo é tudo que a língua não traduziu
Mas tem idiotismo também na fala de um imbecil

quarta-feira, 10 de agosto de 2005

Contra O Tempo
Rita Ribeiro
Composição: Vander Lee


Corro contra o tempo pra te ver
Eu vivo louco por querer você
Ôôô, morro de saudade a culpa é sua
Bares, ruas, estradas, desertos, luas
Que atravesso em noites nuas
Ôôô, só me levam pra onde está você
O vento que sopra meu rosto cega
Só o seu calor me leva
Ôôô, de uma estrela pra lembrança sua
(...)
Ôôô, todo acaso finda em seu sorriso nu
Na madrugada uma balada soul
Um som assim meio rock n' roll
Ôôô, só me serve pra lembrar você
Qualquer canção que eu faça tem sua cara
Rima rica, jóia rara
Ôôô, tempestade louca no Saara


A Tempo

Quando você me perguntar talvez eu saiba lhe dizer à respeito do laço que meus olhos amarraram sua imagem à cores e em cheiros que moram em minha santa necessidade de ti.

E queira você saber do meu prestimoso véu o qual desfolharei às lembranças do que fomos e seremos num festejar de firmamentos.

Mas se eu não souber lhe dizer descodifique a mensagem através das batidas ritmadas do meu coração.

há problema no calar?

E se não queira saber por mim um dia quererá saberá e caberá por si.

terça-feira, 9 de agosto de 2005

Dois Lados

Não guardo em meu poema o brio
nem esqueço de aquecer meus versos.

Há muito corro de encontro à sorte
do impacto guardarei apenas as flores.

Minha consciência divorciou-se do escrúpulo
e pede indenização pelos atos não realizados.

A questão apresentou-se clara
primeiro resolva-se para depois despir-se.