Winamp ligado, 20:05 cravados no relógio digital, tocando non dis non - vive la fête - attaque surprise.
Há sempre tanto a se escrever, mas o que me vem agora é a sensação que tenho ao observar alguns tipos de seres humanos, tão diferentes uns dos outros e vistos de longe tão parecidos. Estava numa praia paradisíaca dias desses. Verdade - Isso se trata de leitura não-ficcional, factual. – A praia era linda, pude até ver tartarugas nadando por perto das pedras, nas quais confesso ter chegado depois de muita peleja e desconforto e isso não é para mim, não sou dada a essas aventuras ecológicas, prefiro o conforto e a letargia urbana. Mas sim, a praia era mesmo muito bonita e havia para todos os gostos: a sombra, o sol escaldante, areia só, cadeirinhas+cerveja+música a beira mar, pedras à direita e à esquerda, vou ver. Mas as pessoas... (tsc tsc) as pessoas estão eternamente errando e às vezes tornam-se figuras estranhas, desajeitadas e até engraçadas... bizarras? Sim, eu rio das pessoas, disfarço bem, na maioria das vezes, mas eu rio sim. A praia que mencionei que era antes lugar quase-secreto, lugar onde nunca precisava dividir com ninguém, por ser um lugar de tão difícil acesso, logo esquecido, estava cheio de pessoas estranhas, tratando o lugar como o quintal da casa. Que beleza!-pensei, logo na chegada, quando a íngreme trilha acaba no pé da praia, já deu pra ver “a galera reunida”. Vi de tudo um pouco: é gritaria, é frisson demais, maiôs e biquínis desafiando as leis da estética, o povo corre, o povo cai. Riem. Duas mulheres que conversam, desmontadas ao sol, fritam suas peles flácidas e manchadas, saboreiam suas pingas com maracujá (o drink do inferno?) e uma delas berra, já com a voz amolecida pela bebida, com o filho que tem medo d´água.
Mas independente disso, há de haver um “além disso”, para que não se perca o porquê do passeio. Certamente pode soar um tanto ridículo, você ter que se virar com a sua imaginação, num lugar onde, parece, tudo já foi pensado, o que me sobra então? analisar condutas, óbvio. É pequeno demais? é paulista demais? é divertido demais? Sim, claro que é! Quem, em nome do bom Pai, pode se divertir sob um Sol escaldante e sobre uma areia tórrida, enchendo a cara, jogando truco e dando, a cada distribuição de cartas, uma coçadinha nas bandas... é, para dizer pouco, muito engraçado e exótico. Correção necessária: a julgar a noção de divertimento da maioria, a exótica sou eu. O pior, é que parece pura implicância sociopata: foi só virar o rosto... a minha esquerda, quase encostando em mim, um cidadão fofortérrimo abriu uma mochila de pára-quedista e de lá tirou um radinho, desses “portáteis- trezentas- pilhas”, que , como um cachorro adestrado, imediatamente começou a rolar um som... tão alto, e por isso mesmo tão chiado, (nem entro no mérito do gosto musical do figura), foi tão terrivelmente orquestrado que pensei: Opa!!! Agora é pessoal. Não seria nada demais se eu me levantasse dessa cadeirinha desconfortável de plástico e começasse a dançar de forma que pensassem que não tenho coluna cervical, num jogo lânguido dos músculos. Aposto que não seria mesmo nada demais! Arrisco até o contrário, acho que como bailarinos ensaiados, pulariam cinco, seis pessoas ao meu redor, numa rodinha do molejo natural do ser - dançante. Ufa! Em pensar que tudo isso se passou num paraíso natural, que tamanha discrepância... mas quantos paraísos o homem já não profanou com seus vícios idiotas, não?! Imaginem.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
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Postado por
GiGi
às
quarta-feira, maio 07, 2008
Marcadores: (tenho muitos amigos eu sou popular)
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Um comentário:
hihihihi, digo giovana no cerco fechado!
beijos
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